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Ligadura Elástica: o tratamento das hemorroidas sem cirurgia

Técnica é menos invasiva, rápida, sem pós-operatório e realizada por coloproctologistas

Quando o assunto é tratamento para doença hemorroidária, o mais clássico e difundido é o cirúrgico. No entanto, existem outras alternativas, e, uma que dispensa a cirurgia e tem sido uma excelente opção ao tratamento de hemorroidas internas é a Ligadura Elástica. “Este procedimento interrompe o fluxo sanguíneo associado à retração do mamilo hemorroidário, melhorando o sangramento e diminuindo a exteriorização deste através de uma banda elástica. De uma maneira mais simples, o procedimento tem a mesma ideia da tradição dos antepassados que enrolavam uma linha ao redor de uma verruga para que a mesma caísse”, explica o coloproctologista Dr Marcos Pelegrini.
A doença hemorroidária, conhecida popularmente como hemorroidas, consiste na dilatação dos vasos sanguíneos presentes na região do ânus, em sua parte interna, de maneira semelhante às varizes das pernas, causando desconforto como sensação de volume no ânus, dor, sangramento e, nos casos mais avançados, a saída das hemorroidas pelo ânus após a evacuação, tecnicamente denominado prolapso hemorroidário.
De acordo com Pelegrini, as hemorroidas fazem parte da nossa anatomia. “Todos têm hemorroida, no entanto, quando elas atrapalham a qualidade de vida, ou seja, quando dão sensação de peso no ânus, prolabamento (exteriorização) da região após as evacuações ou esforço físico, prurido e sangramento, chamamos de doença hemorroidária”, explica ao falar que a Ligadura Elástica tem sido bastante aplicada em pacientes por ser uma técnica mais simples, que evita a cirurgia e, como consequência, tem recuperação rápida e prática resolução. Antes de fazer o procedimento o paciente deve realizar consulta médica.
O procedimento, que leva em média 10 minutos, é feito com ou sem sedação no próprio consultório (a critério do paciente) e o mesmo tem alta ambulatorial em seguida. Geralmente, em aproximadamente uma hora, o paciente está liberado para alta. “O resultado da técnica é muito bom quando bem indicado. Ele não é milagroso, nem sempre definitivo, às vezes pode ser necessário realizar outras sessões ao longo da vida. Por isso, é muito importante uma avaliação médica”, explica.
Embora tenha sido observada essa recente mudança de hábito, o preconceito ainda é muito grande no Brasil para com o tratamento de hemorroidas. “É preciso desmistificar a doença e acabar definitivamente com o preconceito. Desta forma, os pacientes deixarão o preconceito de lado e procurarão tratamento nas fases iniciais da doença, o que torna a cura muito mais simples, rápida através de tratamentos que não oneram o bolso do paciente”, reforça o coloproctologista.

Sobre o método

A ligadura elástica para tratamento das hemorroidas internas foi idealizada por Blaisdell em 1958, mas modificada e difundida por Barron em 1962. Consiste em estrangular o mamilo hemorroidário por anéis elásticos aplicados através do anuscópio. É o tratamento de escolha para as hemorroidas de I, II e III graus sintomáticas segundo a classificação de Goligher JC.
Em 1998 foi publicada por Sadahiro et al. a classificação da doença hemorroidária pela retroflexão do colonoscópio no reto correlacionando o achado endoscópico (coloração e elevação da mucosa) com a classificação de Goligher JC.
É o método mais utilizado para o tratamento das hemorroidas internas sintomáticas (sangramento anal, prolapso pelo ânus e dor/desconforto anorretal). É muito simples, seguro e de baixo custo.
É o tratamento atual de eleição para hemorroidas de 1° e 2º grau, que, com o seu advento, só são operadas em 20% dos casos.