Após operações, entre 5 e 80% dos pacientes podem evoluir para dor crônica. A dor crônica prejudica o sono, o trabalho e as atividades sociais, além de descompensar doenças crônicas, desencadear quadros de ansiedade, agitação e depressão.
São muitas as situações e cirurgias que podem desencadear dor crônica, entre elas se destacam: pacientes que sofreram um traumatismo onde houve compressão, esmagamento ou avulsão de ossos, nervos, músculos ou tendões; amputação de perna ou braço; cirurgias que abrem o tórax, para revascularização de miocárdio, troca de valvas cardíacas e cirurgias pulmonares; cirurgias de coluna vertebral; cirurgias de hérnias; cirurgias de tumores; entre outras.
No pré-operatório: Pacientes que já se encontram com dor há muitos dias ou meses antes de serem operados, os portadores de diabete melitus, pacientes com problemas genéticos, pacientes com problemas psicológicos (ansiedade, medo, depressão).
No intraoperatório: Lesão de nervo durante a cirurgia, local e tipo de incisão cirúrgica, cirurgias longas, cirurgias repetidas e complicações intraoperatórias.
No pós-operatório: Tempo de duração e intensidade da dor, imobilização prolongada e inatividade do paciente.
Sabemos que, em algumas situações, vamos ter casos de pacientes operados que vão evoluir para dor crônica, mas devemos nos empenhar de várias maneiras para atenuá-la.
No pós-operatório temos várias condutas que podem aliviar a dor, entre elas, infiltração com anestésicos locais em locais permitidos da cirurgia, injeção de anestésicos e/ou medicamentos pela via peridural, intraarticular, em plexos nervosos.
Medidas como mobilização precoce e fisioterapia tem ótima contribuição. Medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios, corticóides, opióides, são fundamentais em prevenir ou controlar dor crônica já existente ou que pode advir em função do pós-operatório. Ainda podem ser usados bloqueios simpáticos seriados com anestésicos locais de longa duração, uso tópico de anestésicos locais, métodos físicos como eletroestimulação transcutânea, laser de baixa potência e eletroestimulação da medula espinhal.