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Cirurgia bariátrica pode ajudar a controlar diabetes tipo 2

A cirurgia de estômago pode ser a solução para quem está muito acima do peso, mas não adianta nada mudar o corpo se a cabeça continua a mesma, com o famoso ‘pensamento de gordo’. A bariátrica não pode ser encarada como a cura para a obesidade. Obesidade é doença e ganhar peso novamente pode ser fácil. O Ministério da Saúde lembra que a realização da cirurgia é o último recurso para casos de obesidade grave.
O Bem Estar desta segunda-feira (5) falou da importância da cirurgia bariátrica, seus benefícios e quem pode se submeter à operação. Para explicar um pouco mais sobre o tema, convidamos o endocrinologista João Eduardo Salles e o cirurgião do aparelho digestivo Almino Ramos.
Antes de se submeter à cirurgia, o paciente precisa passar por uma avaliação multidisciplinar que pode incluir uma série de especialistas, como endocrinologista, nutricionista, psiquiatra, psicólogo, avaliador físico. Um dos maiores problemas de quem fez a bariátrica é desistir do acompanhamento com a equipe depois de perder os primeiros quilos.
A pessoa percebe que controla o diabetes, dorme e respira melhor, faz atividade física, e não quer mais ir ao médico. Nesse momento que ocorre o perigo de começar a ganhar peso novamente.
E quem pode fazer a cirurgia bariátrica? A cirurgia é liberada apenas para pacientes com IMC igual ou maior que 40 e pode ser realizada em casos de IMC entre 35 e 40, desde que o paciente tenha diabetes, por exemplo. O IMC é calculado a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado.
Benefícios
A cirurgia de redução de estômago não cura o diabetes tipo 2, mas ajuda no controle. Quando uma pessoa faz cirurgia bariátrica, há no estômago uma redução da grelina, hormônio que estimula a fome e a saciedade. Com isso, a fome também diminui.
O estômago, reduzido pela cirurgia, não consegue digerir o alimento, que acaba chegando praticamente intacto e mais rápido ao intestino. A chegada mais rápida promove uma liberação de diversos hormônios, entre eles o GLP1. Esse hormônio age sobre o pâncreas, que, por sua vez, passa a produzir mais insulina.
Com mais insulina, o corpo consegue colocar mais açúcar para dentro das células. Com isso, o açúcar no sangue diminui. Além disso, quando a pessoa emagrece, diminuem também as substâncias inflamatórias que bloqueiam a ação da insulina na célula. Assim, quando a pessoa emagrece, a insulina age melhor.

Fonte: G1